sábado, 28 de março de 2015

1ª SÉRIE - TEXTO 1 - O QUE É CULTURA - 1ª UNIDADE

Considerando, em primeiro lugar, o conceito amplo ou antropológico, cultura é o modo como indivíduos ou comunidades respondem às suas próprias necessidades e desejos simbólicos. O ser humano, ao contrário dos animais, não vive de acordo com seus instintos, isto é, regido por leis biológicas, invariáveis para toda a espécie, mas a partir da sua capacidade de pensar a realidade que o circunda e de construir significados para a natureza, que vão além daqueles percebidos imediatamente. A essa construção simbólica, que vai guiar toda ação humana, dá-se o nome de cultura.
A cultura, nesse sentido amplo, engloba a língua que falamos, as idéias de um grupo, as crenças, os costumes, os códigos, as instituições, as ferramentas, a arte, a religião, a ciência, enfim, todas as esferas da atividade humana. Mesmo as atividades básicas de qualquer espécie, como a reprodução e a alimentação, são realizadas de acordo com regras, usos e costumes de cada cultura particular. Os rituais de namoro e casamento, os usos referentes à alimentação (o que se come, como se come), o preparo dos alimentos, o tipo de roupa que vestimos, a língua que falamos, as palavras de nosso vocabulário, tudo isso é regulado pela cultura à qual pertencemos. A função da cultura é tornar a vida segura e contínua para a sociedade humana. Ela é o "cimento" que dá unidade a um certo grupo de pessoas que divide os mesmos usos e costumes, os mesmos valores.
Deste ponto de vista, portanto, podemos dizer que tudo o que faz parte do mundo humano é cultura.
No caso do Brasil, temos contribuições culturais da colonização pelos portugueses, dos povos indígenas que habitavam estas terras, dos africanos que foram trazidos como escravos, dos imigrantes italianos, alemães, japoneses, coreanos. O que mantém a unidade, entretanto, entre essas várias culturas é a ocupação de um mesmo território, o uso da mesma língua, o compartilhamento de uma mesma história nacional.
É possível, entretanto, falar também de cultura caipira, cultura rural, cultura sertaneja, cultura urbana, cultura nordestina, cultura paulista, cultura carioca e assim por diante, apenas considerando a diversidade geográfica do país e os diferentes tipos de vida de cada um desses grupos.
Ao falar de cultura, é possível fazer um corte no sentido amplo do termo e referir-se apenas a alguns aspectos da produção humana, ligados às diferentes práticas artísticas: pintura, dança, música, teatro, literatura, cinema, vídeo, escultura, entre outras. Essa produção cultural, além do caráter simbólico que toda cultura tem, existe independentemente das relações utilitárias e funcionais. Um vaso grego, por exemplo, extrapola o valor utilitário de objeto para guardar água, vinho ou óleo. Esse vaso era feito para aparecer, para figurar entre as coisas do mundo, apoderando-se da atenção do espectador, comovendo-o, revelando significados internos que sobrevivem a cada geração. É o reflexo de uma civilização que prezava a simetria, a beleza ideal, o culto aos deuses, a perfeição do fazer artístico e artesanal.
Uma obra de arte nos traz um novo conhecimento de mundo. Esse conhecimento não é lógico e racional, mas intuitivo, concreto e imediato, na medida em que nos faz compreender um sentimento de mundo. Voltando ao exemplo do vaso grego, podemos perceber que ele nos transmite o sentimento de um mundo simétrico, proporcional, razoavelmente estável e seguro. Já uma obra de arte contemporânea, como o videoclipe, revela a velocidade da vida contemporânea (com mudanças bruscas de cena), a fragmentação e a falta de sentido aparente.
A obra de arte, para ter esse efeito sobre nós, apresenta um modo novo de ver a realidade, porque ela não se refere necessariamente ao que de fato existe. A arte não representa o mundo como ele é, mas como poderia ser. Para isso, ela inova em termos de materiais – por exemplo, uma escultura hoje pode ser construída a partir da luz e não de materiais tradicionais como a madeira, a pedra ou o metal; ou uma obra "desenhada" com cortes sobre a tela, em vez da tinta. Inova em temas, inova em estilos e linguagens, cria novos códigos para ser fiel à sua função de evocar um sentimento de mundo.
Aprendizado cultural - Uma vez que a cultura é uma construção de grupos humanos, anterior a cada um de nós, precisamos aprender os modos de nossa cultura. Esse aprendizado se inicia no momento em que nascemos dentro do ambiente em que vivemos, com todas as pessoas responsáveis por cuidar de nós. Aprendemos por imitação, por tentativa e erro, castigo e premiação. Aprendemos por meio das palavras, mas também por meio dos comportamentos e atitudes dos outros. Tudo isso diz respeito apenas à cultura de origem, ou seja, à cultura à qual a criança pertence. Ela conhece somente um modo de cultura, o seu, que se torna sua "segunda pele" e é encarada como o modo "normal", único mesmo, de fazer as coisas, de se comportar.
Nesse sentido, a cultura é importante para o funcionamento do grupo, e o aprendizado cultural é indispensável para que cada indivíduo se adapte ao seu grupo. Entretanto, é de extrema importância que cada um também aprenda a contribuir para a sua cultura, criando idéias, objetos, ferramentas, colaborando no desenvolvimento de várias linguagens, enfim, mantendo sua cultura viva e adequada às necessidades do grupo.
Do mesmo modo, é preciso aprender a interpretar a arte, seja ela um filme, uma peça teatral, um espetáculo de música, dança, circo, artes visuais, performance, happening uma vez que a arte é um dos modos humanos de atribuir significados ao mundo.
Aprende-se arte convivendo com obras de arte e, ainda, pelo estudo da história da arte e das linguagens artísticas, bem como pelo estudo da estética, isto é, dos diversos conceitos de valor e arte.
A cultura, portanto, é o que torna a vida humana possível no mundo. Ela é, ao mesmo tempo, um produto já elaborado pelas gerações que nos precederam, e um processo contínuo de adaptação dessa herança recebida a novos modos de vida, novos problemas, novas necessidades. E, nesse processo, a arte, por não ter utilidade prática imediata, é um campo privilegiado de experimentações, de crítica, até mesmo de denúncia de práticas sociais ultrapassadas. Por meio das obras de arte, é possível vislumbrar outros valores importantes para a vida humana.

Adaptação do Texto original da Profa. Dra. Maria Helena Pires Martins

www.educarede.org.br- consulta ao site dia 11/02/2011

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

3ª série - 3ª unidade - A ARTE NO RENASCIMENTO

No fim da Idade Média, o comércio desenvolveu-se na Itália, beneficiado por sua situação geográfica, às margens do Mediterrâneo. Surge a burguesia, nova classe média que, com dinheiro, para patrocinar as artes. O interesse é pela produção da antiguidade clássica, pelas tradições grega e romana. É esse o contexto do período conhecido como Renascimento: Renovação cultural que teve início na península Itálica no decorrer do século XIV. Sob influência da cultura greco-romana, esse movimento influenciou as artes, a literatura, a ciência e a filosofia e difundiu-se por várias regiões da Europa. Tal nome sugere um súbito reviver dos ideais greco-romanos, o que não é de todo correto: mesmo no período medieval o interesse pela cultura clássica não desapareceu. Exemplo disso é Dante Alighieri (1265-1321), poeta italiano que manifestou entusiasmo pelos clássicos. Também nas escolas das catedrais e dos mosteiros, autores latinos e filósofos gregos eram muito estudados.


Podemos considerar como causas da Renascença:
- o renascimento comercial e urbano;
- o fortalecimento da burguesia;
- o passado clássico na península itálica;
- a vinda dos sábios bizantinos.

Características da Cultura Renascentista 
A cultura renascentista teve 4 características marcantes: racionalismo, experimentalismo, individualismo e antropocentrismo. Os renascentistas eram convictos que a razão era o único caminho para se chegar ao conhecimento, e que tudo podia ser explicado pela razão e ciência. Para eles tudo poderia ser provado através de experiências científicas, daí o nome de experimentalismo.          
O Individualismo nasceu da reflexão de alguns homens sobre os problemas humanos e da necessidade do homem conhecer a si próprio. Buscavam afirmar sua própria personalidade, mostrar seus talentos etc. Por fim, a cultura renascentista, com seu caráter humanista, colocava o homem com a suprema criação de Deus e como o centro do universo (antropocentrismo), numa clara atitude de valorização do ser humano. A cultura renascentista, contudo, não teve raízes populares, foi uma cultura de elite desfrutada principalmente pela burguesia mercantil. As camadas populares foram meras observadoras das realizações intelectuais e artísticas durante o momento. Mesmo entre os artista, poucos foram os que, como o holandês Pieter Bruegel o Velho e o espanhol Murillo, retrataram a vida camponesa e as condições de vida dos pobres.
Os participantes dessa renovação – os renascentistas rejeitaram a cultura medieval, presa aos padrões definidos pela Igreja Católica, e passaram a defender e explorar a diversidade de ideias e o espírito crítico.
Com a afirmação do individualismo e do racionalismo, valores supremos da modernidade, o Renascimento situa-se na transição da sociedade feudal para a sociedade burguesa, na passagem da Idade Média para a Idade Moderna.
No final da Idade Média (séculos XIV e XV), graças à ascensão de alguns centros comerciais italianos (Veneza, Nápoles, Florença, entre outros), houve um grande desenvolvimento nas navegações, pois os comerciantes precisavam de novos mercados para vender seus produtos. Em busca desses mercados, Cristóvão Colombo chega à América (1492) e Pedro Alvares Cabral ao Brasil (1500). Com o fortalecimento do comércio, o Feudalismo entrou em decadência e muitos comerciantes adquiriram verdadeiras fortunas, intervindo de forma direta na política. Eles encontraram verdadeiras fortunas, intervindo de forma direta na política. Eles encontraram nas letras e nas artes uma forma de prestígio, mas sempre com o intuito de ostentar o poder. Foi assim que os mecenas, nobres comerciantes que protegiam os artistas e empregavam suas riquezas nas artes e nos estudos, promoveram um grande desenvolvimento intelectual. O que importava era voltar às fontes da cultura clássica e fazer “renascer” (daí o nome Renascimento) o esplêndido legado deixado pelos gregos e romanos a humanidade.
Entre as redescobertas da cultura greco-romana o homem renascentista organiza o ideal do humanismo, movimento intelectual que colocava o homem como centro do Universo. O propósito do humanismo era desenvolver no homem o espírito crítico e a confiança em si mesmo.
Os intelectuais passaram a questionar a autoridade da Igreja e atribuíram maior importância ao ser humano e à razão. Nem por isso o Cristianismo deixou de ser a religião dominante na Europa desse período, mas o homem já não era o mesmo fez com que os tesouros artísticos e literários da Antiguidade greco-romana fossem valorizados, e os artistas renascentistas criaram obras de arte magníficas, enfatizando a beleza física do homem e da mulher.
A técnica da pintura desenvolveu-se rapidamente, pois os artistas precisavam retratar o burguês, sua família e os objetos de luxo de sua residência com minúcias de detalhes.
A escultura renascentista foi marcada pela expressividade e pelo naturalismo. A xilogravura passou a ser muito utilizada nesta época.
Características:
ü  Inspiração em modelos greco-latinos (pertencente ou relativo à Grécia e a Roma), de onde se extrai a unidade, o equilíbrio e a harmonia.
ü  Exaltação do homem, revelada na valorização da beleza física, na representação dos nus e na busca da perfeição anatômica, como se pode observar nas obras de Michelangelo.
ü  Gosto pela ostentação (luxo).
ü  Volta à natureza como fonte de inspiração.
ü  Expressão natural e dinamismo, com figuras plena de movimento.
ü  A escultura e a pintura adquiriram autonomia

A PINTURA RENASCENTISTA

De um modo geral, os pintores da renascença procuravam reproduzir a realidade, sob a influência do ideal de beleza grego. O espírito clássico, a ordem e as formas simétricas são traços marcantes dessa pintura.
Podemos distinguir três grandes escolas com características próprias: a florentina, de Florença, que se caracterizou pelo racionalismo demonstrado tanto pelo predomínio da linha sobre a cor, como pelo "sfumato"; a veneziana (de Veneza), caracterizada pelo sentimento, pela emoção, o predomínio da cor sobre o desenho ou a linha; e a romana, que tenta equilibrar linha e cor, razão e sentimento.
A pintura renascentista inovou com a descoberta da perspectiva, que permite abordar o espaço e a luz de maneira realista. Além disso, a nova técnica da pintura a óleo possibilitou novas associações e graduações da cor. Por fim, o surgimento de novos suportes, como a tela e o cavalete e a imprensa, permitiram uma circulação mais fácil das obras e do pensamento.
*         Perspectiva: arte de figura, no desenho ou pintura, as diversas distâncias e proporções que têm entre si os objetos vistos à distância, segundo os princípios da matemática e da geometria.
 * Uso do claro-escuro: pintar algumas áreas iluminadas e outras na sombra, esse jogo de contrastes reforça a sugestão de volume dos corpos.
 * Realismo: o artista do Renascimento não vê mais o homem como simples observador do mundo que expressa a grandeza de Deus, mas como a expressão mais grandiosa do próprio Deus. E o mundo é pensado como uma realidade a ser compreendida cientificamente, e não apenas admirada.
 * Inicia-se o uso da tela e da tinta à óleo.
 * Tanto a pintura como a escultura que antes apareciam quase que exclusivamente como detalhes de obras arquitetônicas, tornam-se manifestações independentes.
*  Surgimento de artistas com um estilo pessoal, diferente dos demais, já que o período é marcado pelo ideal de liberdade e, consequentemente, pelo individualismo.

O Renascimento na Itália
Berço da Renascença, a Itália tem em Florença a capital da arte renascentista.
O Renascimento italiano atravessa três períodos:
O Trecento, considerado por alguns estudiosos, como pré-renascentista, por ser o momento inicial desse movimento. As características desse momento foram a valorização do indivíduo e dos detalhes humanos e a ruptura com o imobilismo e a hierarquia da pintura medieval. Eram traços diretamente relacionados ao pensamento humanista. Anunciado nos fins do século XIII, com o escultor Nicolau de Pisa e acentuado no século XIV com Giotto que explorou a técnica do afresco. Ao invés dos personagens da arte medieval, Giotto esforçou-se para dar vida, movimento e expressão às figuras e às cenas que pintou.
Giotto di Bondone (1266 – 1337) e Simone Martini, duas personalidades diferentes a procura de novos caminhos.
Giotto procurou o real, o vivo, o dramático, retratou as figuras sagradas como se fossem pessoas comuns. Suas paisagens são desenhadas de forma natural e seus afrescos coloridos estimulam os sentidos, não a contemplação.
Simone Martini procurou a graça, a elegância e a suavidade.
Cita-se como tópicos dessas características os quadros “Lamentação sobre Cristo Morto” de Giotto e “Anunciação” de Simone Martini. No primeiro tudo nos fala de desespero e revolta, é um grito contra a morte inevitável. Há uma atmosfera de tensão e suspense, que nos chama à participação. Já na “Anunciação” a graciosidade dos movimentos, seja do aristocrático Anjo ou da afetada Virgem, a elegância linear e decorativa, que chega ao exagero do tratamento das asas e da auréola, são elementos que nos convida ao recolhimento espiritual
Outros artistas: Cimabue, Juctio, Cavalinni, Pisanello, Andrea de Firenze, os Lorenzetti.

O Quatrocento, idade de ouro do Renascimento, no século XV, quando as artes contam com a proteção dos mecenas, como Lourenço de Médicis, o Magnífico, Júlio II e Leão X, revelando-se, então, os maiores gênios artísticos.
No Quatrocento, os artistas procuraram aperfeiçoar suas técnicas aproximando-se da ciência. Os pintores passaram a fazer uso da geometria e criaram perspectiva, recurso que lhe permitia reproduzir na tela cenas tridimensionais. A pintura desabrocha num momento verdadeiramente revolucionário, rompendo os laços que a prendiam à tradição gótica. A arte de simbólica passa a ser representativa, já que a presença de Deus não é mais a única imagem digna de ser figurada.
No Renascimento, em imagens religiosas ou profanas, a beleza da mulher é outra vez enaltecida, os artistas retomam a lição dos Gregos. Desvinculando-se dos laços que a atavam com a religião, a arte respira um ar de liberdade e a natureza é o foco das atenções. Procura-se a harmonia, as proporções das formas. A pintura consegue, como nunca, dar às figuras uma ilusão de vida, de volume, e às paisagens um sentido de profundidade inteiramente novo. O artista modela os rostos e os corpos femininos buscando, outra vez, uma beleza ideal, a perfeição absoluta.
Artistas:
Fra Angelico (1400 – 1455) seguiu as tendências de Masaccio, mas por respeitar seriamente os seus votos, suas obras possuem como tema principal a religião. Uma das suas obras mais belas é Anunciação, que está no mosteiro de São Marcos, em Florença.

Masaccio (1401 – 1428). Foi o primeiro pintor do século XV a conceber a pintura como imitação fiel do real, como a reprodução das coisas tal como elas são.
O seu realismo é tão cuidadoso que ele parece ter a intenção de convencer o observador a respeito da realidade da cena retratada.
Morreu aos 27 anos e deixou obras que retratam as formas humanas com impressionante beleza. Uma das obras mais importantes é o afresco “A Santíssima Trindade” da igreja de Santa Maria Novella, em Florença.
Obras: Adão e Eva Expulsos do Paraíso, São Pedro Distribuí aos Pobres os Bens da Comunidade, São Pedro cura os Enfermos.

Piero della Francesca (1410 – 1492). Para ele a pintura resulta da combinação de figuras e do uso de áreas de luz e sombra. Seu universo é representado de uma forma geométrica e estática.  As cenas que suas obras mostram servem como suporte para a apresentação de uma composição geométrica.
Obras: Batismo de Jesus, Nossa Senhora com o Menino e Santos, Ressurreição de Jesus.

Sandro Filipe Botticelli (1444 – 1510) foi considerado o artista que melhor expressou, através do desenho, um ritmo suave a gracioso para as figuras pintadas. Os temas de seus quadros – quer tirado da Antiguidade grega, quer tirado da tradição cristã foram escolhidos segundo a possibilidade que lhe proporcionavam de expressar seu real de beleza. Para ele a beleza estava associada ao ideal cristão da graça divina. Por isso, as figuras humanas de seus quadros são belas porque manifestam a graça divina, e, ao mesmo tempo, melancólicas porque supõem que perderam o Dom de Deus.
Uma das características comuns em suas obras é a leveza dos corpos, esguios e desprovidos de força: eles parecem flutuar, expressando suavidade e graça.

Paollo Uccello ( 1393 – 1475) procura compreender o mundo segundo os conhecimentos científicos do seu tempo e, em suas obras, tenta recriar a realidade segundo princípios matemáticos. Por outro lado, sua imaginação corteja as fantasias medievais, o mundo lendário de um período que estava se constituindo num passado superado.
Outro aspecto importante de sua pintura é a representação do momento em que um movimento está sendo contido.
Obras: São Jorge e o Dragão, Batalha de São Romão.

O Cinquecento, século XVI, período da maturidade do Renascimento. O Renascimento torna-se um movimento universal europeu, porém inicia sua decadência.
Ocorrem então manifestações maneiristas, e a Contra reforma instaura o Barroco:
Artistas:
Leonardo da Vinci (1452 – 1519) foi o talento mais versátil do Renascimento. Desenhista, pintor, escultor, engenheiro e arquiteto, realizou vários trabalhos e pesquisas aprofundando-se nos mais diversos setores do conhecimento humano, entre eles anatomia, botânica, mecânica, hidráulica, óptica, arquitetura e astronomia. Nas artes, seus estudos de perspectiva são considerados insuperáveis. O sfumato, técnica de uso de tons claros e escuros, foi utilizado em suas obras de forma magistral.
Pouco tempo dedicou à pintura e poucas obras deixou, mas nessas poucas obras elevaram-se a uma criação de maneira extraordinária, que por se bastariam para justificar todo o período histórico em que se produziram. Entre seus quadros estão o mais famoso do mundo “A Gioconda” (Mona Lisa) e o mais reproduzido: “A Santa Ceia”. Pintou também: ”A Virgem dos Rochedos”, “A Adoração dos Magos” (inacabado), “São Jerônimo”, “Santana, a Virgem e o Menino”, “São João Batista”, “A Anunciação”, etc.

Michelangelo Buonarroti ( 1475 – 1564)  Arquiteto, pintor, poeta e escultor, um dos maiores representantes do Renascimento. Suas pinturas possuem caráter escultórico. Sua carreira, aliás, começou como escultor.
Como arquiteto, trabalhou na cúpula da igreja de São Pedro, em Roma e mais tarde em 1542 realizou o “Juízo Final”, na mesma capela.  Como pintor sua maior obra é a pintura do teto da capela Sistina. Embora tenha concordado em realizar esta obra não se considerava em primeiro lugar escultor. As poses das figuras na capela Sistina baseiam-se em famosas esculturas gregas e romanas, que Michelangelo estudava minuciosamente.

Rafael Sanzio (1483 – 1520) foi considerado o pintor que melhor desenvolveu na Renascença, os ideais clássicos de beleza: harmonia e regularidade de formas e de cores. Para elaborar poses e expressões, Rafael planejava detalhadamente suas obras e fazia centenas de desenhos preliminares a partir de modelos vivos. Depois, transferi-os para os afrescos, conseguindo, assim formas equilibradas numa única obra. Tornou-se muito conhecido como pintor das figuras de Maria e Jesus e seu trabalho realizou-se de modo tão precisamente  elaborado que se transformou em modelo para o ensino acadêmico de pintura.
Suas obras comunicam ao observador um sentimento de ordem e segurança, pois os elementos que compõem seus quadros são dispostos em espaço amplos, claros e de acordo com uma simetria equilibrada. Expressou sempre de forma clara e simples os temas pelos quais se interessou.
Obras: “A Libertação de São Pedro”, “A Transfiguração e a Escola de Atenas” (afresco pintado no Palácio do Vaticano).

Ticiano (1490 – 1576). Foi o maior pintor da escola veneziana. Produziu obras religiosas, mitológicas e retratos utilizando cores vivas e movimentos que mais tarde serviram de base para outros artistas. Suas obras têm um grande apego à vida e à beleza feminina. A paisagem, com frequência, é mais importante que as figuras.
De início, ele escandaliza por sua predileção em pintar cenas bíblicas com nus ou em paisagens reconhecidamente venezianas. Passa então a fixar cenas da mitologia grega, livrando-se, assim, dos críticos puristas.


A ESCULTURA RENASCENTISTA


Seguindo as linhas do pensamento humanista e o resgate dos valores greco-romanos, a escultura renascentista deu ênfase à importância do homem e suas atividades. Os escultores ficaram conhecidos por seus relevos e pelas ornamentações de púlpitos (a parte elevada da igreja em que o padre prega aos fiéis). 
A escultura renascentista desempenha um papel decisivo no estudo das proporções antigas e a inclusão da perspectiva geométrica. As figuras, até então relegadas ao plano de meros elementos decorativos da arquitetura, vão adquirindo pouco a pouco total independência. Já desvinculadas da parede, são colocadas em um nicho, para finalmente mostrarem-se livres, apoiadas numa base que permite sua observação de todos os ângulos possíveis.
O estudo das posturas corporais traz como resultado esculturas que se sustentam sobre as próprias pernas, num equilíbrio perfeito, graças à posição do compasso (ambas abertas) ou do contraposto (uma perna na frente e a outra, ligeiramente para trás). As vestes reduzem-se à expressão mínima, e suas pregas são utilizadas apenas para acentuar o dinamismo, revelando uma figura humana de músculos levemente torneados e de proporções perfeitas.
Outro gênero dentro da escultura que também acaba sendo beneficiado pela aplicação dos conhecimentos da perspectiva é o baixo-relevo (escultura sobre o plano). Desse modo, ao mesmo tempo em que se torna totalmente independente da arquitetura, a escultura adquire importância e tamanho. Reflexo disso são as primeiras estátuas equestres que dominam as praças italianas e os grandiosos monumentos funerários que coroam as igrejas. Pela primeira vez na história, sem necessidade de recorrer a desculpas que justificassem sua encomenda e execução, a arte adquire proporções sagradas.
Na escultura italiana do Renascimento, dois artistas se destacaram por terem produzido obras que testemunham a crença na dignidade do homem.

Escultores:
Michelangelo – Foi o maior escultor do renascimento. A escultura "Davi" foi feita por encomenda. Começou a executá-la num bloco de mármore abandonado junto à catedral. Esculpida com grande técnica, destaca qualidades "superiores" do homem, como o heroísmo, força, visão dramática e grandiosa do mundo. Se comparada ao Dorífilo e Policleto, feito no século 5 a.C., fica evidente a influência estética clássica.
Outras obras: Pietà, Davi, O Crepúsculo e a Aurora, A Noite e o Dia.
Andrea del Verrocchio (1435 – 1488) trabalhou em ourivesaria. Esse fato acabou influenciando a sua escultura. Observando algumas de suas obras, encontramos detalhes decorados que lembram as minúcias do trabalho de um ourives. É assim com os arreios do cavalo do Monumento Equestre a Colleoni, em Veneza, ou nos detalhes da túnica de seu Davi, em Florença. Mas, Verrocchio foi escultor seguro na criação de volumes e considerado, na escultura, um precursor do jogo de luz e sombra, tão próprio da pintura de seu discípulo Leonardo da Vinci.
Outra figura importante da escultura italiana foi Donatello. Realista, suas figuras são carregadas de verdade humana, com fortes influências da escultura romana.


ARQUITETURA RENASCENTISTA


No período românico construíam-se templos fechados. A arquitetura gótica buscou a verticalidade. Já o arquiteto do Renascimento buscou espaços em que as partes do edifício parecessem proporcionais entre si. Procurou, ainda, uma ordem que superasse a busca do infinito das catedrais góticas.
A arquitetura renascentista também sofreu grandes transformações. A forma típica provém de duas fontes principais: A reutilização após um intervalo de quase um milênio, das formas características da arte clássica, ou seja, a arte grega e a arte romana; e ao mesmo tempo, a aplicação da perspectiva, aquele conjunto de regras de desenho e matemáticas que permitem reproduzir sobre uma folha de papel, com exatidão, o aspecto real dos objetos.
O primeiro elemento respeitava a arquitetura, onde ele construiu segundo as ordens gregas e romanas (principalmente a Coríntia e a Compósita) palácios, igrejas, vilas, fortalezas e praças.
 Os arquitetos do Renascimento preocupavam-se em criar ambientes que mostrassem o equilíbrio das linhas. A principal característica foi a busca de uma ordem e de uma disciplina que superasse o ideal de infinitude do espaço das catedrais góticas. Na arquitetura a ocupação do edifício baseia-se em relações matemáticas estabelecidas de tal forma que o observador possa compreender a lei que organiza, de qualquer ponto em que se coloque.
Na arquitetura italiana do Renascimento destacam-se Michelangelo e Andréa Del Verrocchio (1435-1488) trabalhou em ourivesaria, o que influenciou sua escultura: algumas de suas obras possuem detalhes que lembram o trabalho de um ourives – artesão que trabalha com peças de ouro. Entre elas destacam-se Davi, escultura do personagem bíblica que venceu o gigante Golias, poderoso soldado de um exercito inimigo do povo de Israel e Davi de Michelangelo, escultura que é o símbolo da arte do Renascimento.
As duas formas arquitetônicas - gótica e renascentista - conviveram durante mais de duzentos anos, após o que seriam de certa eclipsadas pelo barroco. Se no princípio rivalizavam entre si, logo mais passaram a completar-se. Os adornos, os elementos decorativos, a forma das colunas góticas desapareceram, em favor da decoração renascentista. contudo, muitas das grandes obras renascentistas não poderiam ter surgido sem o conhecimento da técnica do gótico.
O arco ogival ou em ponta é típico do estilo gótico e permitia sustentar abóbadas elevadas. O arco renascentista, ao contrário do arco gótico, tinha a forma curvilínea, de pura inspiração romana clássica.

A coluna gótica, constituída de feixes de pilares, devia servir de sustentáculo à estrutura da abóbada. A coluna renascentista, simples, com capitéis coríntios, foi empregada na construção de pórticos e arcadas.
Nas abóbadas góticas, arcos ogivais encontram-se no alto e se apoiam em colunas: é a abóbada de nervuras. A abóbada renascentista tem a forma de um semicírculo formando um teto liso ou ainda em quadros.
A janela gótica, alta e estreita, tem vitrais coloridos e frontões bastante pontiagudos. A janela renascentista, quadrada e mais ampla que a gótica, tem o vidro transparente e incolor, dando maior claridade.
No Renascimento, o que preponderou nas construções religiosas e leigas da Itália foi o estilo renascentista, mas a técnica da construção gótica foi de grande valia para os feitos dos grandes arquitetos italianos.

Arquitetos mais importantes:
>         Donato Bramante
>         Michelangelo Buoarroti
>         Filippo Brunelleschi autor da cúpula da catedral de Santa Maria del Fiore

Bibliografia: PROENÇA, Graça. História da Arte. Ática. São Paulo.2000.
PROENÇA, Graça. Descobrindo a História da Arte. Ática. São Paulo.2005.
Revista: História Viva. Edição Temática Nº 5 

Atividade
1 - Leia o texto:
“Renascimento é o nome dado a um movimento cultural italiano e às suas repercussões em outros países. Caracteriza-se pela busca da harmonia e do equilíbrio nas artes e na arquitetura, acrescentando aos temas cristãos medievais outros temas inspirados na mitologia e na vida cotidiana”
a)    Qual foi a fonte (de onde veio) de inspiração para os intelectuais e artistas do renascimento?
b) Cite uma característica que diferencie a era medieval do renascimento cultural.
2. a) Qual foi a classe social que financiou as obras renascentistas?
3. Quais foram as causas do Renascimento?
4. Na Itália o Renascimento italiano atravessou três períodos. Elabore um quadro destacando os períodos, características de cada um e artistas que se destacaram 
5. Quem foi o maior escultor do Renascimento?
6. Que mudanças ocorreram na arquitetura renascentista?

quarta-feira, 7 de maio de 2014

2ª Série - Atividade Surpresa 1

Olá turma! após a leitura do texto a seguir, respondam as questões abaixo no ARTEFÓLIO.
     

                  TEXTO: Pichação OU Grafite? Tire suas dúvidas e conheça um pouquinho dessa história
                                                                                                                                 Por Ana Lucchi

Grafiteiros são confundidos com pichadores. Para muitos o grafite é apenas uma pichação evoluída, para outros uma modalidade de arte urbana.

Além dos muros, grafiteiros e pichadores aparecem na mídia impressa, falada e também ocupam seu espaço na internet; em blogs, sites de relacionamentos e portais, contudo, a exposição não tem ajudado muito a diminuir a confusão quando se fala de ambos.

A utilização de um muro ou qualquer espaço público, sem autorização é pichação. Seja numa demonstração mais elaborada ou simplesmente em frases muitas vezes incompreensíveis. Para os pichadores, pichação também é arte, a escolha irreverente do local é apenas uma forma a mais de contestação. Quanto mais perigoso, quanto mais alto, quanto mais proibido melhor. Pichação é escrever em muros, paredes e postes, através de palavras cifradas, que juntas formam um alfabeto excêntrico e pouco legível, em geral evidenciam habilidade em escrever esses símbolos, mas sem preocupação plástica e está associada a vandalismo e marginalidade, não há como negar. A pichação também é utilizada para demarcação de territórios entre grupos.

Na Idade Média, padres pichavam os muros de conventos rivais no intuito de expor sua ideologia, criticar doutrinas contrárias às suas ou mesmo difamar governantes, dá pra acreditar?

Em outubro de 2008, uma jovem foi presa, por pichar as paredes internas do 2º piso do prédio da Bienal Internacional de Arte de São Paulo. A jovem, de 23 anos, ficou presa por mais de 50 dias.

Em geral, a convivência entre grafiteiros e pichadores é pacífica. Muitos grafiteiros foram pichadores no passado, e os pichadores não interferem sobre paredes grafitadas.

O grafite (do italiano graffiti, plural de graffito) é o nome dado às inscrições feitas em paredes. Considera-se grafite uma inscrição caligrafada ou um desenho pintado ou gravado sobre um suporte que não é normalmente previsto para esta finalidade – normalmente em espaço público.

O grafite traz suas raízes na Roma antiga, lá os cidadãos também escreviam em muros e nas suas próprias casas em forma de manifesto e também de protesto.

Numa leitura mais contemporânea, aparece associado a cultura hip hop e ao break, das gangues e guetos de Nova York. Em São Paulo, aparece no final da década de 70. Hoje em dia os grafites brasileiros são reconhecidos entre os melhores do mundo.

O grafite tem seu caráter contestador e irreverente, mas baseia seus preceitos em desenhos e formas coloridas e elaboradas, também com intenções críticas, porém manifestando seu conteúdo artístico nos muros das cidades.

Dentre os grafiteiros, talvez o mais célebre seja Jean-Michel Basquiat, que, no final dos anos 1970, despertou a atenção da imprensa novaiorquina, sobretudo pelas mensagens poéticas que deixava nas paredes dos prédios abandonados de Manhattan. Basquiat ganhou o rótulo de neo-expressionista e foi reconhecido como um dos mais significativos artistas do final do século XX.

De uma certa forma, tanto o grafite, assim como a pichação, reflete a realidade das ruas.

Conversei com Fabio Crânio um “graffiteiro” de São Paulo, veja a entrevista;

   Quem é o Fabio Cranio?
Sou artista plástico grafiteiro há 11 anos e autodidata. Nasci na zona norte de São Paulo e sempre cresci vendo os grafites pelas avenidas, mas não sabia como apareciam. Certo dia, no colégio combinei com uns amigos para pintar um muro perto de casa, compramos os sprays e fomos, com a cara e a coragem, pois não sabíamos como funcionava, etc.
A partir de então, não parei mais. Pintava quase diariamente nas ruas.

·         O que é o grafite para você?
Na minha opinião, o grafite é uma pichação evoluída. A pichação é mais uma forma de intervenção urbana, tem sua própria linguagem. Os pichadores geralmente atuam à noite desafiando até a gravidade, subindo em prédios e janelas em lugarem bem altos, feito sem autorização.
O grafite é uma forma de linguagem mais elaborada, feita, a maioria das vezes, durante o dia e com autorização. É feito em murais e paredes de grande metragem, levando a cor e a vida em diversos pontos da cidade, fazendo dela uma galeria de arte em céu aberto.

·         Como é seu dia-a-dia e como é a convivência com a turma, há problemas com grupos rivais atualmente?
Participo de encontros e eventos com outros grafiteiros para pintarmos juntos.
Também não há gangues rivais, nem violência entre a gente. Os grafiteiros se respeitam entre si. Todos admiram a arte um do outro, sem essa de marcação de território.
A paixão de pintar pela cidade é o que me marca, passar por um lugar e ver seu desenho e as pessoas admirando, não tem preço.

·         Onde estão seus trabalhos ou de seu grupo e como foi o contato com os proprietários para possibilitar a realização deles?
A maioria dos meus trabalhos estão em São Paulo e geralmente peço a autorização diretamente com os proprietários que são, na verdade, os patrocinadores da arte urbana (grafite).

·         Como tem sido a resposta a sua arte?
A forma mais eficiente de divulgar minha arte é fazê-la na rua. Meus amigos e as outras pessoas que passam, sempre entram em contato para me convidar para grafitar sua casa, quarto, áreas de lazer, decoração de ambientes, entrevistas, compram minhas telas, e até mesmo me ligam só para parabenizar pelo trabalho. É sempre muito gratificante.

Conheça mais grafites do Fábio Crânio em:www.flickr.com/cranioartes

Curiosidades: Principais termos e gírias utilizadas nessa arte;
   Grafiteiro / writter: o artista que pinta.
   Bite: imitar o estilo de outro grafiteiro.
   Crew: é um conjunto de grafiteiros que se reúnem para pintar juntos.
   Tag: é assinatura de grafiteiro.
   Toy: é o grafiteiro iniciante.
   Spot: lugar onde é praticada a arte do grafitismo.

Fontes: Wikipedia, Ramos, Célia Maria Antonacci. Grafite, pichação Cia. São Paulo: ANABLUME, 1994.
Instituto Arte na Escola; Olhares sobre a arte pública – grafite x pichação: diferenças e semelhanças, por Priscila Anversa.


Questões

.         1. Faça um quadro comparativo entre Grafite e Pichação, lembrando de colocar a origem e as principais características de cada um.
2. Qual a sua opinião sobre a presença do Grafite e da Pichação nas ruas de nossa cidade?
 
3.    Comente a afirmação presente no final do texto: “De certa forma, tanto o grafite como a pichação, reflete a realidade das ruas de cada cidade”.
 
4.    Qual a sua opinião sobre a pichação feita no muro interno da Bienal e a consequente prisão da autora por 50 dias?
 
5.    Como você imagina que as prefeituras deveriam fazer para diminuir a incidência da pichação nas ruas e patrimônios públicos e incentivar o grafite em locais permitidos (pense em novas ideias).
 
6.    Dê sua opinião sobre a escolha deste texto para estudo na aula de hoje (se foi uma boa escolha, o que aprenderam com ele, se gostaram do texto, se compreenderam seu conteúdo, etc).








quarta-feira, 13 de março de 2013

TRIBUTO A VINÍCIUS


 “ Uma Foto Para Vinícius de Moraes” é o nome da exposição que o Palacete das Artes inaugura nessa quinta, 14, às 19h para prestar um tributo ao diplomata , escritor e compositor,o poetinha de muitas gerações que completaria 100 anos em 2013 . Nessa mostra, organizada pelo Salvador Foto Clube, serão expostas  fotografias, músicas e poemas de Vinícius,  com a curadoria da sua filha, Maria de Moraes. A expo fica aberta a visitação pública até o dia 21 de abril, com entrada gratuita.

sábado, 26 de janeiro de 2013

EXPOSIÇÃO DE MARIO CRAVO JR



No dia 25 de janeiro, às 19h, o Palacete das Artes inaugurou a exposição de Mario Cravo Jr. comemorativa aos 90 anos do artista, o maior expoente do movimento de arte moderna da Bahia nos anos 40 e 50, um dos mais importantes artistas da nossa terra. A mostra, promovida pela Secult/Bahia, através da Diretoria de Museus do Instituto do Patrimônio–IPAC é composta por 62 esculturas e tem a curadoria de Murilo Ribeiro, artista plástico e diretor do Palacete, o apoio de Ivan Cravo, presidente da Fundação Mário Cravo e de Isabela Oliveira, assessora do artista. A exposição fica aberta ao público até o final do mês de abril, de terça a domingo, incluindo feriados, com entrada gratuita.
Escultor reconhecido internacionalmente, Mario Cravo, do mesmo modo que seus contemporâneos Carybé e Jorge Amado, imprimiu em sua obra, neste período, a essência do povo, suas tradições e crenças, seus costumes e mitos. Artista nato, jovem talentoso, homem falante, criativo e agitador, no melhor dos sentidos, Mario Cravo foi do barro para o gesso e daí para a pedra sabão, aço, sucata, alumínio, resina, plástico, enfim, todo material que pudesse trabalhar. Sem manter uma unidade temática, os temas baianos dão lugar às formas orgânicas e vegetais que beiram a abstração a partir do final dos anos 60. Com esculturas de grande porte, como a Fonte da Rampa do Mercado, ao lado do Elevador Lacerda, seu trabalho marca Salvador, na Bahia, a sua cidade natal, e com ela se confunde. As diversas exposições ao ar livre que realizou, muitas de caráter lúdico, demonstram sua preocupação em integrar a obra ao meio e ao público - e isto move o espírito vanguardista e pesquisador de um dos maiores, senão o maior, escultor brasileiro do século XX.
Sobre Mario Cravo, o curador da mostra, Murilo Ribeiro ressaltou a “figura do guerreiro, irreverente, mágico, malabarista, generoso em compartilhar sua obra com a cidade, alquimista de técnicas variadas, catalisador do modernismo na Bahia.” E lembra que Mario “é mais forte e intenso que o fogo que destruiu o Mercado Modelo e que na madeira queimada esculpiu gigantescos Cristos crucificados, verdadeira ressureição em cruzes calcinadas e o fogo sendo superado por seu gênio criador”.
Em Salvador, o Governo da Bahia, através da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia -CONDER, da Secretaria do Meio Ambiente e da Secretaria de Cultura-Secult/ BA /IPAC, apoia a Fundação Mario Cravo, que tem sua sede no Parque de Pituaçu. Do seu acervo fazem parte esculturas do artista, documentos e imagens, além de desenhos, esboços e pinturas. 
VIDA E ARTE DE MARIO CRAVO
Mario Cravo fez suas primeiras experiências em desenho, gravura e escultura como autodidata no final da década de 30, época em que viajou pelo interior do nordeste, tomando contato com pinturas rupestres e manifestações culturais afro-brasileiras. Mais tarde, foi trabalhar na oficina de Pedro Ferreira, considerado o último dos santeiros baianos e já em 43 realizou sua primeira exposição, na Bahia.
Em 46 vai morar no Rio de Janeiro, trabalhando com o escultor Humberto Cozzo. No ano seguinte, Cravo estuda na Universidade de Syracuse, nos EUA, com o escultor iugoslavo Ivan Mestrovic, que foi discípulo de Rodin, e em homenagem a quem batizou o seu filho primogênito, Ivan Cravo, hoje presidente da Fundação Mario Cravo. A seguir, passa a morar em Nova York, onde permanece até 1949, fazendo grandes trabalhos em gesso e entrando em contato com o maestro Villa Lobos e Lipchitz, entre outras figuras importantes da época. Ao retornar a Salvador monta um atelier-oficina no largo da Barra, centro do movimento de arte moderna na cidade, local onde se reuniam Carlos Bastos, Carybé, Jenner Augusto, Genaro de Carvalho, Rubem Valentim e muitos outros artistas responsáveis pela renovação do cenário artístico local.
Em 1951, Mário Cravo ganha o prêmio jovem aquisição na I Bienal de São Paulo e passa a ser reconhecido no resto do país. Em 1955, é novamente premiado na III Bienal e recebe ainda o 1o. Prêmio no Salão de Arte Moderna de São Paulo. Neste mesmo ano, o escultor defende tese e torna-se catedrático da Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia. Em 1960, é escolhido para representar o Brasil na XXX Bienal de Veneza.
Em 1964, a convite do Senado de Berlim e da Fundação Ford, permanece um ano na Alemanha como escultor residente; viajando depois para os Estados Unidos, onde realiza exposições em Washington, além de conferências a respeito do ensino da arte em universidades americanas. Quando retorna novamente ao Brasil, assume a direção do MAM e do Museu de Arte Popular da Bahia.
Mario Cravo tem obras em diversos espaços públicos de Salvador e no acervo de instituições como o MoMA de New York, o Hermitage, de São Petersburgo/Rússia, o Museu de Belas Artes em Berlim. o Museu de Arte de São Paulo, o Museu de Arte da Pampulha/MG, o Museu de Arte Moderna/Ba , o Instituto de Belas Artes de Porto Alegre/RS, Museu Carlos Costa Pinto/BA. Em 1999, executa a “Cruz Caída”, no Belvedere da Sé, para a Prefeitura de Salvador, uma escultura monumental em aço inox, com 12 metros de altura, comemorativa aos 450 anos da fundação da Cidade de Salvador.

Serviço
O que : Mário Cravo  Esculturas
Quando: de 25 de janeiro de 2013 até final de abril
Onde: Palacete das Artes, Rua da Graça, 284
Realização: Palacete das Artes, DIMUS/IPAC/Secult/BA
GRATUITO
 FOTOS: MÁRCIO LIMA
Jornalista responsável : Susana Serravalle
Ass. De Comunicação e Relacionamento
Palacete das Artes
55-71-3117-6997/ 6983

FONTES:
MURILO RIBEIRO (71) 3117-6982/ 3117-6997/
IVAN CRAVO (71) 9216-4713